Ao som do piano baixinho, em companhia de, basicamente, da noite.
Se existe algo que a calada da noite pode trazer (além é claro, de muito sono), trata-se de inquietude. Mas não, necessariamente, inquietude sonora, porém, inquietude de memórias, lamentos, ideais, tormentos, dúvidas, aspirações e esperanças. Sem dúvida, tudo isso pode e deve surgir, e é claro, tudo isso pode sumir para todo sempre.
Ou também, pode ser conservado.
E bem, para isso é que, desde pelo menos 4.000 a.C., temos a escrita.
Trabalho no turno noturno do melhor hotel da minha cidade, em Tatuí. Embora recaia sobre mim a tarefa de lidar, as vezes, com um pessoal bastante suspeito que insiste em vagar pela madrugada, e de, talvez, alguns fantasmas camaradas, eu tenho pouca companhia enquanto a maioria das pessoas está no mais alto grau do R.E.M.
Ainda tenho a companhia do Sr Luiz, um saudoso senhor que cuida do estacionamento, e de amigos seguranças. Eles, porém, ficam em seus postos.
Bom, por sorte tem um piano aqui.
Pois bem, tocar piano é sempre uma dádiva para com a alma, e assim também é a escrita. E é muito simples entender o propósito deste singelo blog: praticar a escrita, movimentar o pensamento e trazer um pouco para cá.
Honestamente, odeio a proposta de escrever/criar um conteúdo que tenha por finalidade a minha pessoa, desta forma, sempre me coloco como um simples meio, ou um narrador para temas que tenham mais relevância.
Porém, vamos a uma apresentação mais formal: me chamo Rodrigo Junior, estudo música, filosofia e de tudo um pouco. E bom, gosto de chá, e preciso de café para não dormir em serviço. (Talvez eu possa, muito levemente, ter cochilado).
Bem vindo ao Pianoturnos (piano + no turno + noturno)
Deixo aqui uma primeira sugestão musical, em referência ao título (bem clichê, mas ideal).
Suite Bergamasque – Claude Debussy
https://www.youtube.com/watch?v=xAKeiyjjTKk